21 set A origem do coaching
Há algum tempo, comecei um processo de coaching que foi um dos mais importantes e difíceis que farei em toda a minha vida. Foi quando minha mãe, já idosa, começou a apresentar alguns problemas sérios de saúde. Foram 12 internações, em 11 meses!
Tenho em minha biblioteca um livro de Kerry & Chris Shook, denominado “Um Mês para Viver: trinta dias para uma vida sem arrependimentos”.
Neste livro, os autores colocam suas experiências com doentes terminais. O casal relata uma rica experiência. Resolvi falar com os autores e procurei conversar com eles para entender a experiência que eles tiveram e aprender com eles. Eles são casados há mais de 25 anos, têm 4 filhos, portanto havia maturidade e experiência suficiente em ambos.
Eles são muito religiosos, eu não. Eu sou um homem de fé, não de religiosidades. Eles disseram que existem dois caminhos naturais, comuns aos doentes terminais:
– entrar em desespero pela aproximação do inevitável fim, ou
– serenidade e foco para aproveitar ao máximo os últimos dias.
O mais impressionante foi o que eles relataram sobre a grande semelhança entre os dois grupos. Disseram eles que todos (exatamente todos!) que se encontram num momento de final de vida como este, colocam toda a atenção e prioridades nos seus relacionamentos e nos laços afetivos que possuem!
Como disse Rick Warren, autor do livro “Uma vida com propósitos”, não há nada mais útil para definir prioridades na vida que a descoberta de estar prestes a morrer. Muitos descobrem que passaram a vida fazendo coisas sem importância e que não dá para “rebubinar”, pois este filme não tem volta!
É a lei do “quando e então”, pois “quando isso ou aquilo acontecer, então começarão a viver, começarão a ser felizes,ou começarão a fazer isso ou aquilo, etc”. Todos nós já caímos na armadilha do “quando chegar segunda-feira, então eu começo isso” ou “quando tiver filhos, então serei feliz” ou “quando comprar o apartamento, então estarei realizado”, etc.
Voltando ao início… Acompanhar alguém que você admira e ama, ajudando esta pessoa a despedir-se da vida não é fácil, nem simples… Foram momentos profundamente difíceis… E belos!
Procurando leituras complementares para poder ajuda-la melhor, cheguei a artigos e trabalhos de alguns coaches europeus que foram muito valiosos!
Conversei com alguns desses Coaches europeus, acabei chegando aos fundamentos do coaching, para o Coaching Europeu, apoiados na Teoria da Reminiscência de Platão e na Maiêutica de Sócrates. Curioso observar que o termo grego “maieutike” significa: “a que se ocupa do parto”. Sócrates fez esta homenagem à sua mãe, que era parteira.
Sócrates acreditava que “a verdade está no ser humano” e “apoiar o ser humano a retirar a verdade de si mesmo e para si mesmo” é um parto a ser realizado pelo próprio indivíduo!
A maiêutica socrática é fundamentada no caminho da sabedoria e da verdade. E postula que a verdade está no próprio homem, ou seja, tal e qual um parto, cada ser humano pode e deve retirar as suas verdades de si mesmo!
Realizar mudanças em si mesmo é o que há de melhor e mais promissor para qualquer ser humano, em qualquer momento de vida!
Visualizar o novo e traçar um novo futuro nos coloca com uma nova vida pela frente! É um momento de reflexão e renovação. Podemos dar a luz a um novo ser em nós mesmos, várias vezes na vida!
Já para o Coaching americano e canadense a origem do Coaching está em outros pensadores e processos. Falaremos disso em outro artigo.
Carlos Alecrim
Presidente da SBWCoaching®
Carlos Alecrim, M.Sc. é Master of Science em Gestão Empresarial e Master Coach, com certificação internacional em Wellness & Health Coaching. Coach profissional certificado, autor de diversos artigos usados por muitos coaches, coachees e executivos. É Membro da ICF (International Coaching Federation), Corporate Member do IIC (International Institute of Coaching), Member International Advisory Council – IIMP, Membro da SBCoaching (Sociedade Brasileira de Coaching) e CEO do ICCoaching – International Corporate Coaching.