10 set A importância de uma boa autoestima
Ter uma boa autoestima é fundamental para a nossa harmonia interior. A pessoa de baixa autoestima não é livre, está sempre acorrentada à insatisfação com ela mesma e aos limites que se impõe.
É claro que mesmo as pessoas com uma boa autoestima podem ter uma queda em determinadas situações, sofrem, mas recuperam-se rapidamente e não perdem o equilíbrio emocional com facilidade.
Uma das características de quem tem uma boa autoestima é se estimar, amar a si próprio, mesmo sabendo-se imperfeito. A pessoa, nesse caso, reconhece os seus defeitos, porém sabe que todos nós estamos em desenvolvimento, que ninguém é perfeito. Consegue, com facilidade, reconhecer também as suas qualidades. Esse amor é o que protege nos momentos difíceis e que dá força para superar os fracassos.
A pessoa com alta autoestima tem uma visão de si positiva, acredita em si, em seu potencial e sabe lidar com os seus limites. Tem autoconfiança, sabendo que, nos momentos importantes, vai agir de forma adequada. Os pensamentos e palavras com ela mesma são positivos, consegue rir de si, não se tortura com suas falhas, gafes, com o que podia ter falado ou feito, etc.
Nossa autoestima é fundamentada na nossa infância, pelos nossos pais, outras pessoas muito próximas e escola. A consciência disso é muito importante para prestarmos atenção em como falamos e que exemplos damos aos nossos filhos e crianças do nosso convívio.
Críticas constantes, como você não faz nada certo, só podia ser você, isso está horrível como sempre e outras afirmações falando mal da imagem e roupa são um desastre emocional para a criança. Há pais que não falam mal com os filhos, mas agem contra si próprios se xingando, sendo extremamente intransigentes e intolerantes consigo, autopunindo-se o tempo todo; e a criança, por sua vez, acaba por repetir esse comportamento e tornando-o parte de sua vida, aceitando como verdade também para ela.
A superproteção também induz a uma baixa autoestima à medida que não deixa a criança vivenciar e superar sozinha as dificuldades e os desafios. Os pais resolvem antecipadamente as situações ou simplesmente impedem o filho; e, então, a mensagem entendida pela criança é que não é capaz de resolver, de enfrentar, de superar, ou seja, de que ela é fraca, incompetente e, dependendo dos contextos, pode crescer acreditando ser pouco inteligente e hábil.
A boa notícia é que podemos desenvolver, equilibrar a aumentar a nossa autoestima a qualquer tempo. Para isso é necessário, primeiro, reconhecer que nossa estima não é das melhores e que isso tem dificultado a nossa vida tanto pessoal quanto profissional. Depois, entender que não podemos voltar lá na nossa infância e mudar o que foi feito e falado, mas podemos, a partir de agora, mudar a forma como nos relacionamos com esse passado.
A pessoa com baixa autoestima está sempre com um sentimento de inadequação, de que não é capaz, de que praticamente todos são melhores ou fazem melhor do que ela, além de que necessita constantemente da aprovação do outro, o que, mesmo assim, não muda muito o seu sentimento de inferioridade ou de não aceitação.
Esses sentimentos geram sofrimento, dor emocional e são paralisantes, impedindo-as de agir em seu benefício, de elaborar as melhores estratégias e realizar conquistas tanto em nível pessoal quanto profissional. Assim, as coisas demoram mais para acontecer na vida dessas pessoas.
É comum, nesses casos, que os amigos e colegas de trabalho percebam o potencial e qualidades que o indivíduo não consegue ver em si. Às vezes, os colegas de trabalho ficam perplexos de como ele não se candidatou a tal vaga ou não reivindica melhor salário, pois é merecedor de tal. Todos veem, menos o próprio. E assim vai mantendo, muitas vezes, relacionamentos afetivos desgastados e infelizes, um cargo profissional que não traz satisfação, tudo porque não consegue se posicionar.
O desenvolvimento da autoestima acontece aos poucos e através de práticas para implementação de novos hábitos de ações e falas em substituição aos antigos. Somos seres condicionáveis e de hábitos, que se formam através de repetição, muita repetição até que eles façam parte naturalmente de nossa vida.
A sugestão é primeiro elaborar uma lista de qualidades/forças e outra de defeitos/fraquezas. É comum, na pessoa de baixa autoestima, escrever um número enorme de fraquezas e ter grande dificuldade para enumerar as forças. Nesse caso, pedir ajuda aos amigos sinceros é uma boa ideia.
Depois dessa lista pronta, o segundo passo é definir que fraquezas estão impedindo a sua vida de ser melhor, mais produtiva, rica e feliz e como usar, de maneira mais eficiente, as suas forças.
Para o desenvolvimento de novos hábitos inicie treinando. Por exemplo, se há dificuldade em dizer não, vá em lojas de roupas, experimente algumas peças e, depois, diga que não vai levar. Se há uma grande inibição em pedir ajuda e informações, inclusive no trabalho, treine em lojas de produtos que demandem explicações detalhadas.
Faça muitas perguntas e peça para repetir a explicação. Faça isso, muitas vezes, se possível, diariamente e, com o tempo, que varia de pessoa para pessoa, você vai se surpreender em como começará a se sentir melhor e mais seguro.
Caso você não consiga fazer sozinho as mudanças necessárias para o desenvolvimento da sua autoestima, não hesite em procurar ajuda através de terapias, ou em um processo de coaching ou, ainda, na meditação, que é uma aliada poderosa para o autoconhecimento e transformação. Existem também bons livros sobre o tema. Entre outros, indico os de Christophe André.
Só não vale ficar parado enquanto as oportunidades passam e a sua felicidade também.
Sandra Rosenfeld
Sandra Rosenfeld é Escritora, Terapeuta em Qualidade de Vida como Instrutora de Meditação, Executive e Personal Coach e Palestrante. Autora dos livros “Durma Bem e Acorde para a Vida” e “O que é Meditação”, Ed. Nova Era/Record.